HPIM 309: Asma Flashcards Preview

(3a) Pneumologia > HPIM 309: Asma > Flashcards

Flashcards in HPIM 309: Asma Deck (155)
Loading flashcards...
1
Q

A asma é sempre reversível?

A

Não; apesar da sua definição global, pode existir um componente de obstrução mecânica ventilatória.

2
Q

Como tem variado a incidência de asma a nível mundial?

A

1) Aumentou durante os últimos 30 anos;
2) Atualmente estabilizada;
3) Índices crescentes nos países em desenvolvimento.

3
Q

Qual é a incidência da asma a nível mundial?

A

1) Adultos - 10 a 12%;

2) Crianças - 15%.

4
Q

Como se caracteriza o fenótipo asmático dos países desenvolvidos?

A

1) Asmáticos atópicos;

2) Sensibilização do Dermatophagoides pteronyssinus da poeira doméstica.

5
Q

Em que idade existe o pico de incidência para asma?

A

3 anos.

6
Q

Qual é o sexo mais afetado na asma?

A

1) Adultos: (=);

2) Crianças: masculino > feminino.

7
Q

Como se caracteriza a regressão da asma?

A

1) Adultos: raramente se tornam assintomáticos;

2) Crianças: assintomáticos na adolescência, pode aparecer em determinada fase da vida adulta.

8
Q

As mortes causadas por asma são comuns?

A

Não.

9
Q

Que determinante reduziu comprovadamente a mortalidade por asma?

A

Introdução da corticoterapia.

10
Q

Quais são os principais fatores de risco para mortalidade por asma?

A

1) Doença mal controlada;
2) Utilização frequente de broncodilatadores inalatórios;
3) Falta de adesão à corticoterapia;
4) Internamentos hospitalares pregressos.

11
Q

Quais são os fatores de risco para a asma?

A

1) Atopia (+++);
2) Predisposição genética;
3) Infeções;
4) Dieta;
5) Poluição do ar;
6) Alergénios;
7) Exposição ocupacional;
8) Obesidade;
9) Outros fatores.

12
Q

Como se caracteriza a atopia enquanto fator de risco para asma?

A

1) Principal fator de risco;
2) Não atópicos com risco muito pequeno;
3) Rinite alérgica (> 80% dos asmáticos);
4) Dermatite atópica (menos comum em asmáticos);
5) Alergéneos são proteínas com atividade de protease: ácaros, pêlo de gato e cão, baratas, pólen das gramíneas e árvores, roedores;
6) Atopia causada pela produção geneticamente determinada de anticorpos IgE específicos;
7) História familiar forte.

13
Q

Como se caracteriza a predisposição genética enquanto fator de risco para asma?

A

1) Genes da asma = genes da atopia?;

2) Asma é uma doença poligénica.

14
Q

Quais foram os polimorfismos identificados associados à doença asmática?

A

1) Cromossomo 5q;
2) Il-4; Il-5; IL-9 e IL-13 das Th2;
3) Gene ADAM-33;
4) Gene DPP-10;
5) Gene ORMDL3;
6) Variante Arg-Gly-16 do recetor beta-2;
7) Repetições da sequência Sp1 na região promotora da 5-lipo-oxigenase.

15
Q

A que estão associadas 1) a variante Arg-Gly-16 do recetor beta-2; 2) repetições da sequência Sp1 na região promotora da 5-lipo-oxigenase?

A

1) Resposta atenuada aos beta-2-agonistas;

2) Influência na resposta aos bloqueadores dos leucotrienos.

16
Q

Como se caracterizam as infeções enquanto fator de risco para asma?

A

1) Controverso e carecendo de confirmação;
2) Claras como desencadeante;
3) Dúvidas quanto a função etiológica?;
4) Rinovírus, VSR, Mycoplasma e Chlamydophila serão fatores etiológicos?;
5) Hipótese da Higiene como preservadora da reatividade Th2;
6) Exposição aos agentes infecciosos pode gerar um desvio de resposta para Th1;
7) Hipótese da Higiene não explica aumento proporcional das doenças desencadeadas pela Th1 durante o mesmo período (DM).

17
Q

Como se caracteriza a dieta enquanto fator de risco para asma?

A

1) Controverso e carecendo de confirmação;
2) Dietas pobres em vit. A, C e D, Mg, Se, e ómega-3 associadas a maior risco;
3) Obesidade é fator de risco independente especialmente em mulheres.

18
Q

Como se caracteriza a poluição do ar enquanto fator de risco para asma?

A

1) Contorverso e carecendo de confirmação;
2) Poluentes: dióxido de enxofre (reflexo colinérgico), ozono e diesel;
3) Asma não é mais prevalente em cidades com alto nível de poluição ambiental;
4) Exposição ao fumo de tabaco e tabagismo materno.

19
Q

Como se caracterizam os alergénios enquanto fator de risco para asma?

A

1) Controverso e carecendo de confirmação;
2) Exposição aos ácaros bem documentada;
3) Evicção não evita desenvolvimento de asma.

20
Q

Como se caracteriza a exposição ocupacional enquanto fator de risco para asma?

A

1) Relativamente comum e até 10% de adultos jovens;
2) Substâncias: di-isocianato de tolueno, anidrido trimetílico, amilase fúngica da farinha de trigo;
3) Doente melhora aos feriados e fins-de-semana.

21
Q

Como se caracteriza a obesidade enquanto fator de risco para asma?

A

1) Relacionada a maior obesidade (IMC > 30);
2) Asma mais difícil de controlar;
3) Aumento de adipocinas pró-inflamatórias e redução de adipocinas anti-inflamatórias.

22
Q

Que outros fatores de risco para o desenvolvimento de asma podem estar implicados na etiologia?

A

1) Idade materna baixa;
2) Duração da amamentação;
3) Prematuridade;
4) Baixo peso ao nascer;
5) Inatividade física;
6) Paracetamol.
Não é provável que estes fatores contribuam para o aumento da prevalência mundial.

23
Q

Como se caracteriza a asma intrínseca?

A

1) 10% dos doentes;
2) Testes cutâneos negativos e [IgE] normais;
3) Doença de início mais tardio (adultos);
4) Apresentação de pólipos nasais;
5) Sensibilidade ao AAS;
6) Doença mais grave e persistente;
7) Imunopatologia idêntica às outras formas de asma;
8) Implicadas produção local exagerada de IgE e enterotoxinas estafilocócicas.

24
Q

O que significa a recorrência de crises asmáticas por fatores desencadeantes?

A

1) Controlo da doença inadequado;

2) Necessidade de intensificar a terapêutica preventiva.

25
Q

Quais são os desencadeantes comuns da asma?

A

1) Alergénios;
2) infeções virais;
3) Agentes farmacológicos;
4) Exercício físico;
5) Fatores físicos;
6) Alimentos e dieta;
7) Poluição do ar;
8) Fatores ocupacionais;
9) Hormonas;
10) DRGE;
11) Stress.

26
Q

Como se caracterizam os alergénios enquanto desencadeadores de asma?

A

1) Ativação de mastócitos;
2) Resposta aguda: > eosinófilos e neutrófilos, parcialmente reversível;
3) Resposta tardia: edema das vias respiratórias;
4) Agente mais comum: Dermatophagoides;
5) Pólen: rinite alérgica > asma.

27
Q

Como se caracterizam as infeções virais enquanto desencadeadoras de asma?

A

1) Rinovírus, VSR e coronavírus;
2) Vias respiratórias superiores e inferiores;
3) Resposta > eosinófilos e neutrófilos;
4) Produção < interferão do tipo I.

28
Q

Quais são os agentes farmacológicos desencadeadores de asma?

A

1) Bloqueadores-beta (incluindo tópicos, como o timolol, e bloqueadores beta-2-seletivos);
2) iECAs (em tese, na prática não);
3) AAS (variante asmática sensível ao AAS).

29
Q

Como se caracteriza o exercício físico enquanto desencadeador de asma?

A

1) Comum, principalmente nas crianças;
2) Hiperventilação - > osmolalidade - libertação dos mediadores dos mastócitos;
3) Variante asma asmática induzida pelo exercício;
4) Cessa em 30 minutos;
5) Pior em climas secos e frios;
6) Evitada por administração prévia de beta-agonistas, bloqueadores dos leucotrienos e tratamento regular com corticosteróides.

30
Q

Quais são os fatores físicos desencadeantes de asma?

A

1) Ar frio;
2) Hiperventilação;
3) Crises de riso;
4) Clima quente;
5) Alterações climáticas;
6) Odores e perfumes fortes.

31
Q

Como se caracterizam os alimentos e dieta enquanto desencadeadores de asma?

A

1) Poucas evidências;
2) Dietas de exclusão geralmente ineficazes;
3) Evitar salicilato na variante asmática sensível a AAS;
4) Aditivos alimentares podem provocar asma: metabissulfeto (libertação de dióxido de enxofre no estômago) e tartrazina (?).

32
Q

Quais são os poluentes asmáticos desencadeadores de asma?

A

1) Dióxido de enxofre (reflexo colinérgico);
2) Óxidos de azoto;
3) Enxofre.

33
Q

Como se caracterizam os fatores ocupacionais enquanto desencadeadores de asma?

A

1) Variante asmática ocupacional;
2) Melhoria nos finais de semana e feriados;
3) Recuperação completa com evição a 6 meses;
4) Sintomas persistentes podem causar alterações irreversíveis.

34
Q

Como se caracterizam as hormonas enquanto desencadeadoras de asma?

A

1) Agravamento pré-menstrual da asma;
2) Provavelmente relacionado com a progesterona;
3) Pode melhorar c/ tratamento em alta dose de progesterona ou fatores de libertação de gonadotrofinas;
4) Tirotoxicose e hipotiroidismo podem piorar asma.

35
Q

Como se caracteriza a DRGE enquanto desencadeadora de asma?

A

1) Comum nos doentes asmáticos porque é acentuada pelos broncodilatadores;
2) Ácido raramente provoca broncoconstrição reflexa;
3) Terapêutica anti-refluxo não trata os sintomas.

36
Q

Como se caracteriza o stress enquanto desencadeador de asma?

A

1) Fatores psicológicos podem ativar vias reflexas colinérgicas;
2) Stress muito grave pode melhorar sintomas de asma (paradoxal).

37
Q

O grau de inflamação correlaciona-se com a gravidade da doença? E o grau de stress oxidativo?

A

1) Não;

2) Sim.

38
Q

Como varia a patologia da asma entre variantes e fenótipos da doença?

A

Acentuadamente uniforme (asma extrínseca, asma intrínseca, asma pediátrica, asma ocupacional, asma sensível ao AAS).

39
Q

Quais são as características patológicas e de remodelling da asma mais importantes?

A

1) Infiltração mucosa p/ eosinófilos, mastócitos, células T;
2) Epitélio descamado e friável, com quantidades aumentadas de células epiteliais no lúmen das vias;
3) Obstrução do lúmen por tampões de muco;
4) Espessamento da membrana basal em razão da deposição de colagénio sob o epitélio;
5) Espessamento e edema da parede das vias;
6) Angiogénese.

40
Q

As alterações da asma estendem-se ao parênquima pulmonar? De que forma?

A

Não se estendem ao parênquima pulmonar.

41
Q

Em que doença o espessamento da membrana basal também está presente? O que indica isso?

A

Bronquite eosinofílica - o espessamento poderá ser um marcador da inflamação eosinofílica das vias respiratórias, tendo em vista que os últimos libertam mediadores fibrogénicos.

42
Q

Por que são formados os tampões de muco presentes na asma?

A

1) Glicoproteínas mucosas (células caliciformes);

2) Proteínas plasmáticas (vasos brônquicos permeáveis).

43
Q

Qual o calibre das vias predominantemente afetadas?

A

Brônquios (vias respiratórias cartilaginosas).

44
Q

Qual é o tipo predominante de células na inflamação das viras respiratórias da asma?

A

NENHUMA predomina:

1) Mastócitos;
2) Macrófagos e células dendríticas;
3) Eosinófilos;
4) Neutrófilos;
5) Linfócitos T;
6) Células estruturais.

45
Q

Em doentes com asma + rinite alérgica, qual é a diferença entre o padrão de células inflamatórias da mucosa nasal e das vias respiratórias?

A

Não há diferença.

46
Q

Qual é a diferença entre o padrão de células inflamatórias da asma intrínseca?

A

Padrão inflamatório indistinguível.

47
Q

Qual é o significado clínico da predominância neutrofílica inflamatória de doentes asmáticos?

A

Menos sensíveis aos corticóides.

48
Q

Como se caracteriza o papel dos mastócitos no contexto de asma?

A

1) Respostas agudas aos alergénios e estímulos indiretos;
2) Superfície das vias e musculatura lisa;
3) Sensibilizados/ativados por mecanismo dependente de IgE.

49
Q

Quais são os mediadores inflamatórios libertados pelos mastócitos?

A

1) Histamina;
2) Prostaglandina D2;
3) Leucotrienos cisteinílicos;
4) Citocinas;
5) Quimiocinas;
6) Fatores de crescimento;
7) Neurotrofina.

50
Q

Que fármaco pode inibir a desgranulação dos mastócitos em contexto de asma?

A

Anticorpos IgE humanizados.

51
Q

Como se caracteriza o papel dos macrófagos no contexto de asma?

A

1) Circulam nas vias respiratórias dos asmáticos;
2) Ativados por alergénios por meio de recetores IgE de baixa afinidade (FcRII);
3) Secretam agentes pró e anti-inflamatórios;
4) Papel pouco esclarecido.

52
Q

Como se caracteriza o papel das células dendríticas no contexto de asma?

A

1) Apresentação formal de antigénios às cél. T virgens;
2) Célula dendrítica + TSLP = estimulação Th2;
3) Célula dendrítica + TNF-alfa + IL-12 = estimulação Th1.

53
Q

Qual é a resposta T predominante em indivíduo normal?

A

Th1.

54
Q

O que é a TSLP?

A

Linfopoetina do estroma tímico, que desvia a atividade das células dendríticas para promoção Th2.

55
Q

Como se caracteriza o papel dos eosinófilos no contexto de asma?

A

1) Respostas tardias aos alergénios e estímulos indiretos;
2) Libertação de proteínas básicas e EROs;
3) Migração para as vias respiratórias e sobrevida longa;
4) Patogénese da HRVR (CONTRADIÇÃO)?! e do remodelling das vias respiratórias;
5) Alguns fenótipos relacionados com resistência dos eosinófilos aos corticóides.

56
Q

Que fármaco pode inibidr a ação dos eosinófilos em contexto de asma?

A

Anticorpos bloqueadores da IL-5 - reduções profundas dos eosinófilos circulantes, mas não da HRVR!

57
Q

Como se caracteriza o papel dos neutrófilos no contexto de asma?

A

1) Presentes em exacerbações;
2) Presentes em fenótipos resistentes à corticoterapia;
3) Papel pouco esclarecido.

58
Q

Como se caracteriza o papel dos linfócitos T no contexto de asma?

A

1) Coordenam os mastócitos e eosinófilos;
2) Amplificam a produção de IgE através de IL-4 e IL-13;
3) Predomínio das NK c/ expressão de IL-4;
4) Resposta Th2 nos doentes asmáticos;
5) Redução CD4+ e 25+ associadas a resposta Th1.

59
Q

Como se caracteriza o papel dos linfócitos T inatos ILC2, um sub-tipo de célula T, no contexto de asma?

A

Produção de citocinas Th2-associadas.

60
Q

Como se caracteriza o papel das células estruturais no contexto de asma?

A

1) Muito mais numerosas que as células inflamatórias;

2) Principal fonte de mediadores responsáveis pela perpetuação da inflamação crónica.

61
Q

Quais são as quimiocinas secretadas pelo epitélio e qual a sua função?

A

1) CCL11 ou eotaxina - atrai eosinófilos;

2) CCL17 e CCL22 - atrai células Th2.

62
Q

Como se evidencia produção de EROs mais altas em contexto de asma?

A

1) Produto de degradação do AA: 8-isoprostano;

2) Produto de degradação lipídica: etano.

63
Q

Quais são os efeitos das EROs na resposta da doença aos corticóides?

A

Diminuem a resposta da doença (tal como a neutrofilia).

64
Q

Quais são os fatores de transcrição envolvidos na imunopatogénese da asma?

A

1) NFkB (geral);
2) Proteína-1 ativadora ou AP-1 (geral);
3) Fator nuclear das células T ativadas (Th2);
4) GATA-3 (Th2).

65
Q

De que modo a perda e destruição epiteliais podem contribuir para a HRVR?

A

1) Perda da função de barreira;
2) Perda de enzimas (endopeptidase neutra);
3) Perda do fator relaxante derivado do epitélio;
4) Exposição aos nervos sensoriais.

66
Q

De que resulta a deposição de colagénio (III e V) na membrana basal das vias respiratórias dos doentes asmáticos?

A

Infiltração eosinofílica: TGF-beta.

67
Q

Como se explica a constrição da musculatura lisa das vias respiratórias na asma?

A

1) Sem hiperreatividade;
2) Desativação dos recetores dos beta-agonistas?;
3) Alteração da excitabilidade pela inflamação crónica;
4) Hiperplasia e hipertrofia pela PDGF e endotelina-1;
Atenção: há perda de musculatura lisa!

68
Q

Que respostas vasculares podemos encontrar na asma?

A

1) Aumento do fluxo sanguíneo;
2) Angiogénese secundária a VEGF;
3) Extravasamento microvascular das vénulas pós-capilares.

69
Q

Como se explica a secreção aumentada de muco?

A

1) Hiperplasia das glândulas submucosas;
2) Quantidades aumentadas de células caliciformes;
3) Ação da IL-13.

70
Q

Que mecanismos estão na base da regulação neural da asma?

A

1) Ativação reflexa das vias colinérgicas;
2) Hiperalgesia nervosa;
3) Neurotrofinas (estimulação e sensibilização);
4) Neurotransmissores inflamatórios (substância P).

71
Q

Que fatores contribuem para a redução do fluxo ventilatório?

A

1) Broncoconstrição (+++);
2) Edema das vias respiratórias;
3) Congestão vascular;
4) Obstrução mucosa intra-luminal.

72
Q

Que classes de broncoconstritores são responsáveis pela HRVR?

A

1) Diretos (histamina, metacolina) - contração muscular;

2) Indiretos (+++) - através de mediadores.

73
Q

Quais são os sintomas prodrómicos da crise asmática?

A

1) Prurido sob o queixo;
2) Desconforto entre as escápulas;
3) Medo inexplicável.

74
Q

Quais são os sinais físicos de uma crise asmática?

A

1) Expiratórios > inspiratórios;
2) Roncos difusos bilateralmente;
3) Hiperinsuflação;
4) Tosse (variante).

75
Q

Como varia 1) a razão VEF1/CVF; 2) volume residual; 3) razão V/Q; 4) PCO2 na crise asmática?

A

1) Diminui (< 70%);
2) Aumenta;
3) Desproporção;
4) Diminui.

76
Q

Como se faz o diagnóstico de asma?

A

1) Provas de função pulmonar;
2) Reatividade das vias respiratórias;
3) Exames hematológicos;
4) Exames de imagem;
5) Testes cutâneos;
6) NO exalado.

77
Q

Como se caracterizam as provas de função pulmonar no diagnóstico de asma?

A

1) Redução da relação VEF1/CVF (< 70%) na espirometria;
2) Reversibilidade (12% ou > 200mL) em 15 minutos por inalação de beta-2-agonista de ação curta ou prova terapêutica com corticóides orais;
3) Pletismografia: > resistência, volume residual e CPT;
4) Difusão de gases normal ou aumentada.

78
Q

Como se caracterizam as provas de reatividade das vias respiratórias no diagnóstico de asma?

A

1) Teste com metacolina ou histamina;
2) Cálculo da [redução do VEF1 em 20%];
3) Raramente útil!;
4) Podem ser utilizados prova de esforço e teste de provocação com alergénios.

79
Q

Como se caracterizam as provas hematológicas no diagnóstico de asma?

A

1) Raramente úteis;

2) Teste radioalergossolvente (RAST) com determinação dos níveis de IgE totais e específica aos alergénios inalados.

80
Q

Como se caracterizam os exames radiográficos no diagnóstico de asma?

A

1) Geralmente normais em doente crónico;
2) Hiperinsuflação ou pneumotórax nas exacerbações;
3) Opacificação - pneumonia ou infiltrados eosinofílicos nos doentes com aspergilose broncopulmonar!

81
Q

Como se caracteriza a TC no diagnóstico de asma?

A

1) Deteção de bronquiectasias e espessamento da parede brônquica;
2) Alterações inespecíficas de asma!

82
Q

Qual o DDx entre asma e aspergilose broncopulmonar?

A

1) Eosinofilia em ambas;

2) Infiltrados pulmonares na radiografia da aspergilose broncopulmonar.

83
Q

Como se caracterizam os teses cutâneos no diagnóstico de asma?

A

1) Positivos na asma alérgica;
2) Negativos na asma intrínseca;
3) Não ajudam a estabelecer o diagnóstico.

84
Q

Como se caracterizam as provas de NO exalado (FENO) no diagnóstico de asma?

A

1) NO produzido por células epiteliais e macrófagos;
2) [NO] exalada > relacionada com inflamação eosinofílica;
3) FENO utilizado para avaliar adesão ao tratamento e adequar terapêutica excessiva/insuficiente;
4) Não mostraram de forma consistente a melhoria dos outcomes clínicos;
5) Não são utilizados na prática clínica.

85
Q

O que indicam sibilos persistentes numa área específica do tórax no DDx de asma?

A

Obstrução endobrônquica por corpo estranho.

86
Q

O que indica disfunção da prega vocal no DDx de asma?

A

Síndrome de conversão histérica.

87
Q

Que doenças AI podem estar relacionadas com sibilos?

A

1) Síndrome de Churg-Strauss;

2) Poliarterite nodosa.

88
Q

Que % de doentes possui DPOC e asma superpostas?

A

10%. Esses doentes têm:

1) > eosinófilos nas secreções;
2) Resposta aos corticóides orais.

89
Q

Quais são os objetivos do tratamento da asma?

A

1) Sintomas crónicos mínimos;
2) Exacerbações mínimas ou raras;
3) Nenhuma recorrência ao SU;
4) Uso mínimo dos beta-2-agonistas;
5) Nenhuma limitação das atividades (exercício incluído);
6) Variação circadiana FEP < 20%;
7) FEP (quase) normal;
8) Efeitos adversos mínimos ou nenhuns.

90
Q

Quais são os fármacos utilizados para terapêutica broncodilatadora?

A

1) Beta-2-agonistas;
2) Anti-colinérgicos;
3) Teofilina.

91
Q

Quais são os fármacos utilizados para terapêutica de manutenção?

A

1) Corticóides inalados (CIs);
2) Corticóides orais (COs);
3) Anti-leucotrienos;
4) Cromonas;
5) Terapêuticas poupadoras de esteróides;
6) Anti-IgEs;
7) Imunoterapia;
8) Terapêuticas alternativas.

92
Q

Qual é o mecanismo de ação dos beta-2-agonistas?

A

1) Estimulação dos recetores beta (muito comuns) e contração do músculo liso por aumento do AMPc;
2) Inibição de mediadores libertados pelos mastócitos;
3) Redução da exsudação do plasma;
4) Inibição da atividade dos nervos sensoriais.

93
Q

Porque é que não há ação anti-inflamatória com os beta-2-agonistas?

A

Porque as células libertadoras de mediadores inflamatórios têm poucos recetores.

94
Q

Que broncoconstritores inibem os beta-2-agonistas?

A

Todos aqueles que são conhecidos.

95
Q

Quais são os beta-2-agonistas disponíveis?

A

1) Curta ação: albuterol e terbutalina (inalados, 3 a 6h);

2) Longa ação: salmeterol, formoterol e indacaterol (inalados, mais de 12 horas).

96
Q

O que significa o aumento da frequência de utilização de BAAC?

A

Asma descontrolada.

97
Q

Qual o grande benefício da introdução dos BAAL?

A

Diminuição das doses de CIs administrados.

98
Q

Quais são os efeitos colaterais dos beta-2-agonistas?

A

1) Via inalatória sem efeitos adversos major;
2) Tremores musculares;
3) Palpitações;
4) Redução discreta de K+ plasmático (aumento da captação pelas células musculares, SEM consequências clínicas).

99
Q

Como se caracteriza a tolerância dos beta-2-agonistas?

A

1) Hiporregulação dos recetores (sem atenuação da resposta broncodilatadora por serem muito comuns);
2) Tolerância rapidamente desenvolvida pelos mastócitos.

100
Q

Como se caracteriza a segurança dos beta-2-agonistas?

A

Correlação entre a mortalidade por asma e quantidade de BAAC utilizados, que pode ser reflexo de uma doença mal controlada.

101
Q

Qual é o mecanismo de ação dos anti-colinérgicos?

A

1) Inibição das vias colinérgicas;
2) Impedimento da broncoconstrição;
3) Impedimento da secreção de muco.

102
Q

Quais são os anti-colinérgicos disponíveis?

A

1) Brometo de tiotrópio (nebuluzação).

103
Q

Quais são os efeitos adversos e desvantagens dos anti-colinérgicos?

A

1) Menos eficazes que os beta-2-agonistas;
2) Início de ação mais lento;
3) Xerostomia, retenção urinária e glaucoma como efeitos adversos;
4) Efeitos adversos raros por absorção sistémica reduzida ou nula.

104
Q

Qual é o mecanismo de ação da teofilina?

A

1) Inibição da PDE das células musculares lisas com aumento do AMPc;
2) Ativação da HDAC2 e inibição da transcrição de genes inflamatórios.

105
Q

O que é a HDAC-2?

A

Histona-desacetilase-2, mecanismo fundamental para desligar genes responsáveis pela transcrição de mediadores inflamatórios.

106
Q

Porque é que a utilização da teofilina não está difundida?

A

1) Efeitos colaterais comuns;

2) Eficácia maior dos beta-2-agonistas.

107
Q

Que indicações tem a teofilina?

A

Co-ajudvância da terapêutica com CIs (efeito cumulativo).

108
Q

Quais são as 1) doses toleradas; 2) doses tóxicas de teofilina?

A

1) 5-10mg/L;

2) 10-20mg/L.

109
Q

Que outro análogo da teofilina pode ser utilizado no tratamento da asma grave refratária aos BAAC?

A

Aminofilina i.v..

110
Q

Quais são os efeitos colaterais e limitações da teofilina?

A

1) Necessidade de dosagem do nível plasmático;
2) Náuseas, vómitos e cefaleias;
3) Diurese e palpitações;
4) Arritmias, crises convulsivas e morte secundária ao antagonismo dos recetores A1 de adenosina;
5) Interações CYP450;
6) Retirada da teofilina pode provocar deterioração acentuada do quadro.

111
Q

Qual é o mecanismo de ação dos corticóides?

A

1) Bloqueio da transcrição de genes inflamatórios (NF-kB);
2) Recrutamento da HDAC-2;
3) Ativação da proteína ativada por mitógeno (MAP) da quinose fosfatase-1 (anti-inflamatória);
4) Expressão de recetores beta (+++).

112
Q

Como se caracteriza a resposta dos doentes asmáticos aos corticóides?

A

1) Sintomas melhoram rapidamente;
2) Provas de função pulmonar melhoram em dias;
3) Melhoria da inflamação pode levar meses.

113
Q

Quais são os efeitos colaterais dos corticóides inalados?

A

1) Mínimos;
2) Disfonia e candidíase oral (utilizar expansores);
3) Algum grau de supressão de [cortisol], sem evidência de afeção do crescimento ou osteoporose.

114
Q

Quais são os corticóides sistémicos disponíveis?

A

1) Hidrocortisona i.v.;
2) Metilprednisolona i.v.;
3) COs - igualmente eficazes e fáceis de administrar.

115
Q

Quais as vantagens da corticoterapia oral?

A

Não é necessário desmame.

116
Q

Que % de doentes depende da terapêutica de manutenção continuada com COs?

A

1%.

117
Q

Quais são os efeitos colaterais dos corticóides sistémicos?

A

1) Obesidade do tronco;
2) Equimoses;
3) Osteoporose;
4) Diabetes;
5) HTA;
6) Úlceras gástricas;
7) Miopatia proximal;
8) Depressão;
9) Cataratas.

118
Q

Que fármacos e vigilâncias estão recomendadas em contexto de corticoterapia oral crónica?

A

1) Monitorização da densidade óssea;

2) Bifosfonatos ou estrogénios em mulheres pós-menopausa.

119
Q

Que terapêutica corticóide pode ser utilizada em doentes que não aderem? Quais os efeitos adversos?

A

Triancinolona acetonida I.M..

Efeito adverso: miopatia proximal.

120
Q

Como se caracteriza o papel dos inibidores dos leucotrienos na doença asmática?

A

1) Montelucast e zafirlucast;
2) Bloqueio dos recetores cis-LT1;
3) Inibição dos produtos de degradação dos mastócitos;
4) Efeitos menos significativos na inflamação;
5) Alguns doentes mostram respostas + satisfatórias;
6) Único inibidor de mediador específico com algum efeito.

121
Q

Como se caracteriza o papel das cromonas na doença asmática?

A

1) Cromoglicato de sódio e nedocromil;
2) Inibição da ativação mastocitária + nervos sensoriais;
3) Eficazes na AIE, alergénios e exposição ao enxofre;
4) Ação curta e muito seguros.

122
Q

Como se caracteriza o papel das terapêuticas poupadoras de esteróides na doença asmática?

A

1) Metotrexato, ciclosporina, azatioprina, ouro e gamaglobulina i.v.;
2) Sem qualquer benefício e efeitos colaterais major.

123
Q

Como se caracteriza o papel da terapêutica anti-IgE na doença asmática?

A

1) Omalizumabe;
2) Neutralizador da IgE circulante apenas;
3) Eficaz na redução do nº de exacerbações e + controlo;
4) Muito dispendioso e doentes têm de ser cuidadosamente selecionados;
5) Risco de anafilaxia raro.

124
Q

Como se caracteriza o papel da imunoterpia na doença asmática?

A

1) Sem eficácia;
2) Pode causar anafilaxia;
3) Administração sub-lingual reduz os efeitos colaterais;
4) Tratamento não recomendado.

125
Q

Como se caracteriza o papel das terapêuticas alternativas na doença asmática?

A

1) Pouco eficazes e não recomendados;

2) Sem efeitos deletérios.

126
Q

Quais são as novas alternativas terapêuticas no controlo da doença asmática?

A

1) Inibidores da IL-5;
2) Anticorpos anti-TNF-alfa (pouco eficazes!);
3) Inibidores da PDE-4;
4) Inibidores do NF-kB;
5) Inibidores da cinase MAP p38;
6) Imunoterapia c/ fragmentos peptídicos processados pelas células T ou vacinas DNA;
7) Oligonucleótidos estimuladores de atividade Th1.

127
Q

Como se caracteriza a escalada terapêutica na doença asmática?

A

1) Leve intermitente: BAAC;
2) Leve persistente: BAAC + CI dose baixa;
3) Moderada persistente: BAAC + CI dose baixa + BAAL;
4) Grave persistente: BAAC + CI dose alta + BAAL;
5) Muito grave persistente: BAAC + CI dose alta + BAAL + CO ou terapêuticas alternativas.

128
Q

Que efeito comprovado tem a redação escrita de planos de ação?

A

Redução dos internamentos hospitalares e morbilidade.

129
Q

Como se caracteriza o quadro clínico de asma aguda grave?

A

1) Não aliviado com utilização do inalador habitual;
2) Incapacidade para completar frases;
3) Cianose;
4) Pulso paradoxal;
5) Gasimetria: hipoxémia e PCO2 reduzida;
6) PCO2 normal ou aumentada significa insuficiência respiratória iminente.

130
Q

Qual é a terapêutica da asma aguda grave?

A

1) O2 máscara c/ sat.O2 > 90%;
2) Doses altas de BAAC ou BA i.v.;
3) Anti-colinérgico nebulizado (efeito aditivo);
4) Alternativas: infusão lenta de aminofilina ou sulfato de magnésio;
5) Entubação profilática;
6) Halotano (anestésico).

131
Q

Que fármacos não devem ser utilizados na asma aguda grave?

A

1) Sedativos (deprimem a ventilação);

2) Antibioterapia (a menos que pneumonia).

132
Q

Que % de doentes desenvolve asma refratária?

A

5 a 10%.

133
Q

Qual é a causa mais comum de asma refratária?

A

Má adesão à terapêutica.

134
Q

Como pode ser monitorizada o cumprimento da terapêutica?

A

1) CIs: FeNO;

2) COs: teste de supressão do cortisol plasmático e [prednisona/prednisolona] no plasma.

135
Q

Que fármacos podem agravar a asma?

A

1) Beta-bloqueadores;
2) AAS;
3) Inibidores da COX.

136
Q

Que doenças endócrinas podem agravar a asma?

A

1) Hipotiroidismo;

2) Hipertiroidismo.

137
Q

Que células e mediadores estão tipicamente aumentados na asma refratária?

A

1) Th1;
2) Th17;
3) CD8+.

138
Q

Como se define a asma resistente a corticóides?

A

1) Rara;
2) Definida pela inexistência de resposta a uma dose alta de prednisona/prednisolona oral (40mg/dia, 2 semanas), de preferência com intervalo de 2 semanas c/placebo;
3) Redução da resposta dos monócitos e células T;
4) Vários mecanismos envolvidos.

139
Q

Quais são os mecanismos envolvidos na asma resistente a corticóides?

A

1) Forma spliced alternativa do recetor GR-beta;
2) Padrão anormal de acetilação;
3) Falha na produção de IL-10;
4) Redução da atividade da histona-desacetilase (DPOC).

140
Q

Como se define asma instável?

A

Variações caóticas da função pulmonar, apesar do tratamento apropriado.

141
Q

Que tipos de asma instável existem?

A

1) Tipo 1 - padrão persistente de variabilidade;

2) Tipo 2 - quedas repentinas e imprevisíveis (mais difícil de tratar).

142
Q

Qual é a terapêutica da asma instável tipo 2?

A

Epinefrina.

143
Q

Que % de doentes possui asma sensível ao AAS e outros inibidores da COX?

A

1 a 5%.

144
Q

Como se caracteriza a asma sensível ao AAS?

A

1) Precedida de rinite perene e pólipos nasais;
2) Doentes não atópicos;
3) Início tardio;
4) Predisposição genética com polimorfismo funcional da cis-leucotrieno-C4 sintetase;
5) Persiste mesmo quando não há exposição;
6) Anti-leucotrienos NÃO são mais eficazes!

145
Q

Que terapêutica é admissível utilizar em contexto de asma sensível ao AAS?

A

1) Inibidores seletivos da COX-2;

2) Dessensibilização ao AAS.

146
Q

Quais são as particularidades da asma em idosos?

A

1) Princípios terapêuticos são os mesmos;
2) Efeitos colaterais mais problemáticos;
3) DPOC mais provável e pode coexistir com asma.

147
Q

Como se comporta a asma durante a gestação?

A

1) 30% melhora;
2) 30% piora;
3) 30% mantém-se na mesma.

148
Q

Porque é que é importante manter o controlo da doença asmática na gestação?

A

Não produzir efeitos adversos no desenvolvimento fetal.

149
Q

Quais são os fármacos seguros na gestação?

A

Todos os são no geral. Segurança documentada em:

1) BAACs;
2) CIs;
3) Teofilina;
4) Prednisona > Prednisolona.

150
Q

É seguro amamentar com a terapêutica da asma?

A

Sim.

151
Q

Que % de doentes asmáticos fumam?

A

20%.

152
Q

Qual é o impacto do tabagismo na doença asmática?

A

1) Doença + grave, deterioração + rápida e + mortalidade;
2) Redução da HDAC-2;
3) Doses terapêuticas maiores para controlo.

153
Q

Porque é que alguns doentes referem agravamento transitório da asma com a cessação tabágica?

A

Perda do efeito broncodilatador do NO presente no fumo.

154
Q

Quais são as precauções a ter em doentes asmáticos em contexto de cirurgia?

A

1) Asma controlada: anestesia e intubação seguras;
2) Maiores doses de CO em doentes com doses altas de corticóides por supressão suprarrenal e em VEF1 < 80%;
3) Doses altas de CO podem contra-indicar procedimentos por risco de infeção e dificuldade na cicatrização.

155
Q

Como se caracteriza a aspergilose bronco-pulmonar?

A

1) Rara;
2) Reação alérgica aos esporos inalados de estirpes de Aspergillus;
3) Teste de sensibilidade cutânea SEMPRE positivo;
4) Níveis séricos de precipitinas baixos ou indetetáveis;
5) Infiltrados eosinofílicos evanescentes nos lobos sup.;
6) Tampões amarronzados e hemoptises;
7) Pode causar bronquiectasias;
8) CO + itraconazol (profilaxia).